«Recebo muitas cartas de pessoas que me dizem que a minha escrita lhes salvou a vida. Mas nunca escrevi para isso, escrevi para me salvar a mim próprio.»
Quem assim escreve é Charles Bukowski, numa das entradas do diário que escreveu entre 1991 e 1993. Nesta fascinante compilação de textos diarísticos - recolhida dos seus cadernos e publicada postumamente - Bukowski descreve-nos com profunda candura e sentido de humor os acontecimentos e reflexões que vão pontuando aqueles que serão os seus três últimos anos de vida. Vemos Bukowski a ir ao centro comercial com a mulher, a conduzir nas auto-estradas de Los Angeles, sentado em frente ao computador a debater-se com a escolha das palavras certas, enquanto rumina sobre a escrita, a criação, o dinheiro, a vida e a morte. Tudo isto com o inconfundível estilo de Bukowski - o artista maior do que a própria Humanidade retrata.